Dados apresentados pelo 2023 Global Meeting and Events Forecast indicam que a melhor palavra para descrever a expectativa para o setor de eventos em 2023 é o otimismo. Para Alisson Barcelos, diretor da SB+Eventos, empresa com mais de 25 anos de experiência no mercado, a expectativa é que o setor demonstre uma recuperação sem precedentes.
Recentemente, a empresa foi responsável pelo projeto “Energia do Natal”, que chegou ao fim em Florianópolis, encantando um público de mais de 50 mil pessoas nos eventos de show de abertura, apresentações culturais em 18 bairros, o Desfile de Natal na Ponte Hercílio Luz e o encerramento com o grande Desfile na Praça XV de Novembro.
“O ano de 2022 foi muito bom com aquecimento do mercado de eventos presenciais. Devido à baixa de eventos em 2021, as pessoas estavam ávidas por encontros e experiências coletivas. Foi um ano de muitos desafios por conta da aceleração do mercado e o comprometimento de muitas demandas reprimidas, mas em resumo foi o ano em que tivemos mais produções presenciais. Em 2023, o mercado estará mais preparado para receber grandes produções. As empresas já prepararam os seus recursos de marketing pensando nisso. Será muito bom para as produtoras de eventos, tanto presenciais, quanto híbridas e online”, acredita.
Ainda de acordo com ele, quando se fala nas principais tendências para 2023, a experiência do cliente, o hibridismo, a sustentabilidade e inclusão e micro eventos, são as grandes apostas.
“Se, em outros tempos, o sucesso de um evento estava associado diretamente à sua amplitude e grandeza, ou seja, quanto maior a ação, mais impactos seriam gerados, os novos hábitos de consumo demonstram que essa ideia já faz parte do passado. A necessidade de gerar experiências únicas e marcantes para os participantes fez com que os micro eventos ganhem cada vez mais visibilidade no setor”, explicou Alisson.
A palavra é sustentabilidade
Ele também destaca que uma das mais expressivas mudanças nos hábitos de consumo consolidada nos últimos anos foi a inclusão da sustentabilidade entre as exigências dos clientes dos mais diferentes nichos de mercado.
Segundo Alisson, é interessante observar que eventos de qualquer natureza ou tamanho podem incluir em seu planejamento iniciativas de caráter sustentável. “O Rock in Rio, por exemplo, ao longo de sua história já foi responsável pelo plantio de mais de 3,6 milhões de árvores, por campanhas de sensibilização a respeito da dependência química, pelo investimento em 100 salas de informática no Rio de Janeiro e, de forma bem prática, pela separação de resíduos visando o benefício de cooperativas de catadores”.
Geração de empregos
Em 2022, a retomada dos eventos no Brasil movimentou a cadeia de produção, de infraestrutura e, principalmente, de geração de empregos. Dados divulgados pela Abrape (Associação Brasileira de Promotores de Eventos) revelam que dos 2.147.600 empregos gerados no Brasil, entre janeiro e setembro deste ano, 229.437 foram no hub setorial e 14.262 especificamente na área de eventos, o que representa um crescimento de 10,7% e 0,7%, respectivamente.
Por outro lado, apesar da expectativa de crescimento, o grande desafio do setor está no fornecimento e escassez de mão de obra, ainda em função dos reflexos dos últimos anos.
“Minha observação pessoal é que, além do otimismo, é importante jamais abandonarmos uma boa dose de precaução. O panorama é positivo, mas existem fatores que não estão sob controle e que podem realmente impactar toda a economia”, enfatiza Alisson Barcelos.
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