SENAI e governo de SC iniciam integração de nanossatélite ao agro

18.03.2024.

Especialistas discutiram as opções de uso dos dispositivos espaciais para melhorar a produção agrícola (foto: Ivonei Fazzioni)

As possibilidades são incontáveis: agricultura de precisão, clima, monitoramento de tempestades, meio ambiente, saúde, indústria 4.0, energia, mídia, educação, aviação, cidades inteligentes. Qualquer um desses e outros segmentos podem ser beneficiados pelos nanossatélites da Constelação Catarina, que estão sendo construídos pelo Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados e pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Os técnicos do SENAI e da Secretaria da Agricultura do Estado, Epagri, Ciram e Cidasc iniciaram, no Instituto SENAI, em Florianópolis, a identificação de possíveis aplicações dos dispositivos espaciais no âmbito da agricultura e clima. Nova reunião foi marcada para abril.

O pesquisador-chefe do Instituto, Paulo Violada, explicou que a proposta do Constelação Catarina foi uma resposta ao ciclone-bomba que atingiu o Sul do Brasil em junho de 2020. “Os dois nanossatélites em desenvolvimento [um no SENAI e outro na UFSC] vão integrar o sistema de previsões meteorológicas, que passará a ter mais assertividade e capacidade preditiva para lidar com eventos ambientais extremos”, disse.

Os nanossatélites têm dimensões (em centímetros) de cerca de 10 x 10 X 30, e permanecem em uma órbita de 600 quilômetros do solo terrestre.

Previsões mais certeiras

Conforme Violada, o primeiro satélite deverá ser concluído em outubro e lançado no início de 2025 e estará concentrado no estabelecimento de comunicação com estações de terra. Ele irá coletar informações que se integrarão ao atual arcabouço de dados de órgãos meteorológicos, como o Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Ciram), ligado à Secretaria de Estado da Agricultura.

“O maior mix de dados vai aprimorar o sistema e permitir maior assertividade nas previsões e antecipar as ações da defesa civil”, acrescentou Violada.

O projeto não se limita a meteorologia e defesa civil. Ele se constituirá numa plataforma com aplicações em qualquer outro segmento da sociedade, permitindo agilidade na difusão de informações e tomada de decisões. São serviços que podem ser atribuídos aos demais nanossatélites da Constelação Catarina. No total, estão previstas 13 unidades, que devem ser construídas e colocadas em órbita gradativamente.

Agricultura de precisão

No caso da agricultura, os nanossatélites podem resgatar informações para a agricultura de precisão, permitindo um monitoramento mais acurado das condições de solo e climáticas, incluindo regimes de chuvas e de ventos.

Dessa forma, o modelo contribui para a definição de períodos mais propícios para plantio ou colheita, estimativas de produção, comparativos com safras anteriores, identificação de culturas, necessidades de correção de solo (para aumentar a produtividade e gerar produtos mais saudáveis) e a prevenção de pragas e doenças, além da gestão de todo o sistema agrícola, de uma propriedade ou de todo uma região.

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