Instituto SENAI de Joinville ‘imprime’ bailarina de aço em tamanho real

01.05.2024

Monumento que utiliza técnicas de manufatura aditiva vai compor projeto da prefeitura do município que homenageia a cidade da dança. Foto: Divulgação/Prefeitura de Joinville

A perfeição das mãos, dos pés e dos movimentos de uma bailarina será eternizada em um projeto que a prefeitura de Joinville, em parceria com a Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) e a Escola do Teatro Bolshoi do Brasil, conduz na capital nacional da dança. A cidade vai ganhar uma praça na qual será instalada uma bailarina em tamanho real, que está sendo produzida pelos Institutos SENAI de Inovação em Sistemas de Manufatura e Processamento a Laser, em Joinville. 

Por meio da manufatura aditiva a laser, que é uma impressão 3D feita em aço, o Instituto SENAI está ‘imprimindo’ a estátua da bailarina. Ela tem 1,85 metro de altura e é uma reprodução em escala real, a partir de escaneamento feito no Instituto da joinvilense Thais Diógenes, que em 2011 se formou na Escola do Teatro Bolshoi do Brasil e hoje é a solista principal da Ópera de Kazan, na Rússia.

A matéria-prima é um pó metálico de origem sueca, fornecida pela Höganäs, e a peça será instalada na praça que a prefeitura vai implantar no cruzamento da Av. Juscelino Kubitschek com a Rua 9 de Março. A ordem de serviço que autoriza a instalação da “Praça da Bailarina” foi assinada nesta segunda-feira (29). 

“A mesma técnica que estamos usando para criar a bailarina de aço é empregada em inúmeros processos industriais que facilitam o nosso dia a dia, porque a indústria está presente em tudo. Nada mais original do que perpetuar nossa homenagem à capital nacional da dança, que também possui o maior PIB industrial do estado, valendo-se de recursos utilizados no setor”, frisa o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar.

Manufatura aditiva na indústria

Por meio da manufatura aditiva, é possível customizar e construir objetos com diferentes materiais, o que oferece versatilidade. Além disso, oferece ganhos na produção, com economia de tempo e aumento da produtividade; na agilidade na fabricação e maior precisão dos objetos; e na  sustentabilidade, já que esse processo utiliza menos materiais. 

“Muitos setores já usam tecnologias da manufatura aditiva, entre eles, o automobilístico, plástico, aeroespacial, fundição, calçados, eletrodomésticos e eletroeletrônicos”, elenca Fabrizio Machado Pereira, diretor regional do SENAI. “Se pensarmos na utilização da manufatura aditiva somada a outras tecnologias da indústria 4.0, as possibilidades são ainda maiores”, acrescenta.

No caso da bailarina, duas técnicas de manufatura aditiva estão sendo empregadas na produção da estátua: fusão a laser em leito de pó e deposição por energia direcionada a laser, explica João Dreveck, pesquisador que integra a equipe responsável pelo projeto no Instituto SENAI. “A primeira técnica permite trazer mais detalhes para as peças e está sendo usada na impressão da cabeça, das mãos e dos pés. Já a técnica de deposição é empregada na impressão de peças maiores, pois proporciona maior velocidade de impressão”, detalha o pesquisador. “Uma vez impressas, as peças serão unidas por meio da soldagem”, complementa. Outra empresa parceira do projeto é a Netzsch, que está desenvolvendo uma bomba hidráulica inédita para a saia de água da bailarina.

DEIXE UM COMENTÁRIO

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui