Pessoas com deficiência só conquistam espaço com luta, diz Alice Kuerten

19.04.2024.

Alice Kuerten convidou que todos lutem por pessoas “diferentes”. Foto Fabricio Almeida

A presidente do Instituto Guga Kuerten (IGK), Alice Kuerten, disse nesta quinta (18), no evento IncluTech, organizado pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), que pessoas com deficiência só conquistam espaços com luta. “Nós, família, temos que ir à luta por nosso espaço, temos que conquistar nosso espaço”, disse ela, mãe e avó de pessoas com deficiência.

Uma das convidadas do painel “Os vários mundos da inclusão”, Alice Kuerten convidou que todos lutem por pessoas “diferentes”. “Não deixemos de lutar por pessoas que não são iguais a nós, são só diferentes”, disse.

A presidente do IGK lamentou que, apesar da luta, ainda se enfrente problemas como a falta de acessibilidade em muitos ambientes. “Mesmo com legislação, a gente não tem acessibilidade em todos os lugares”. Para ela, a dificuldade de pensar no outro é a fonte de muitos problemas enfrentados pelas pessoas com deficiência.

O economista-chefe da FIESC, Pablo Bittencourt, trouxe em sua apresentação casos de empresas estrangeiras que tiveram sucesso ao contratar pessoas com deficiência. Uma delas, com 30% de empregados com deficiência, observou menor rotatividade, menos acidentes de trabalho e um aumento no nível de lealdade e comprometimento dos trabalhadores.

Tecnologias

Cid Torquato, CEO da ICOM Libras, plataforma que trabalha com intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (Libras), defendeu o uso de tecnologias e acessibilidade para um mundo mais inclusivo. “Com acessibilidade, com tecnologias corretas, a gente move este mundo”, disse. Segundo ele, apostar na inclusão gera inovação. Um exemplo disso é o vidro elétrico dos carros, desenvolvido para deficientes e que hoje é um conforto presente na maioria dos carros e que atende a todos.

Tetraplégico desde 2007, após um mergulho na Croácia, ele destacou a diferença entre integração e inclusão de pessoas com deficiência. “Integração seria convidar a pessoa com deficiência para a festa. Inclusão seria convidar a pessoa com deficiência para dançar também”.

Cid disse que, para promover os direitos da pessoa com deficiência, é preciso, primeiro, melhorar a percepção do outro. Depois, eliminar barreiras físicas, de estudo, comunicacionais, de aparelhos diversos e nos transportes.

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