Cresce o número de empreendedoras em Santa Catarina

Florianópolis, 18.04.2023.

Um estudo feito pelo Sebrae Nacional a partir de dados do IBGE demonstra que Santa Catarina registrou 404.659 empreendedoras no terceiro trimestre de 2022, o que corresponde a 35% do total de mulheres donas do seu próprio negócio no Estado. O número representa um crescimento em relação aos dados da pesquisa no mesmo período de 2020, quando Santa Catarina somava 350 mil empreendimentos fundados e liderados por mulheres, 34% dos CNPJs ativos no estado na época. 

O percentual de empreendedoras catarinenses está acima da média nacional. Ainda de acordo com o estudo, atualmente existem 10,3 milhões de mulheres donas de negócios no Brasil, o que representa 34,4% do total. O recorde no país é de 34,8%, registrado no 4º trimestre de 2019. 

Juntos, homens e mulheres superaram o total de 30 milhões de donos de negócios – o maior número da série histórica nacional. As mulheres conseguiram superar os números registrados no período da pandemia, quando a proporção de donas de negócios no país caiu para 33,4%, no 2º trimestre de 2020.  

A pesquisa também indica que as empreendedoras se destacam mais que os homens nos setores de serviços, comércio e indústria, sendo Serviços (53% de mulheres e 36% de homens); Comércio (27% de mulheres e 20% de homens); Indústria (13% de mulheres contra 6% dos homens).

Entre as 10 atividades que elas mais atuam estão: Cabeleireiros e tratamento de beleza; Comércio de vestuário; Serviços de catering, bufê e serviços de comida preparada; Comércio de produtos farmacêuticos, cosméticos e perfumaria ; Confecção sob medida; Profissionais de saúde (exceto médicos e odontólogos); Confecção (vestuário); Outras atividades de serviços pessoais; Outras atividades de ensino; Fabricação de artefatos têxteis. 

Quando uma empreendedora cresce, outras mulheres crescem junto 

Empresas lideradas por mulheres costumam empregar mais mulheres. Para a gestora do Sebrae Delas Mulher de Negócios, do Sebrae/SC, Marina Barbieri, empresas comandadas por empreendedoras desenvolvem uma gestão mais empática e criam um ambiente de trabalho mais flexível e humanizado. 

A empresária Juliana Heller é um exemplo disso. À frente da LGPD Nacional, uma empresa especializada em consultoria e adequação para a Lei Geral de Proteção de Dados, Juliana participou do programa Sebrae Delas em 2020. Na época, a empresária tinha intenção de fazer uma transição de carreira, sair do ambiente corporativo e abrir uma empresa de festas. 

Ao longo dos encontros e capacitação que realizou junto ao programa, Juliana entendeu que poderia utilizar sua experiência como administradora de empresas para ajudar outras empresas a se adequarem à LGPD – esse era o seu diferencial competitivo. 

Com a ajuda do Sebrae Delas, Juliana desistiu do negócio de festas e, em menos de três anos, tirou o seu negócio do papel e consolidou uma trajetória bem-sucedida como empresária. Hoje, ela conta com três funcionárias mulheres e tem uma cartela com mais de 70 clientes em todo o Brasil. A empreendedora afirma que não estava procurando especificamente por mulheres, mas reforça os benefícios de trabalhar com profissionais do gênero feminino. “Eu gosto de ter três mulheres na equipe. Trocamos muitas ideias, não só profissionais, mas também do dia a dia e até pessoais. Eu sinto que consigo falar melhor com elas, é como se a nossa linguagem fosse a mesma”, comenta Juliana sobre a sinergia entre as profissionais.  

Apesar do exemplo de Juliana, o estado ainda tem um percentual de mulheres empregadoras abaixo da proporção do país. Em Santa Catarina, 17% das empreendedoras atuam por conta própria no seu negócio e 83% são empregadoras, sendo que destas 68% têm entre um e cinco funcionários. A taxa nacional é de 13% para 87%.

O número de empreendedoras que são chefes de domicílio no estado também é menor do que no restante do Brasil, 49% contra 51% na média nacional. 

A empresária Juliana acrescenta que o Sebrae Delas a fez perder o medo de mudar. “É comum que muitas empreendedoras sintam receio de fazer mudanças significativas em suas empresas, por medo de fracassar ou perder clientes. No entanto, o Programa mostrou que mudar pode ser uma boa estratégia para inovar e crescer. Participar deste projeto foi uma excelente oportunidade para expandir meus horizontes de negócios e conhecimentos. E ao fazer parte de uma comunidade de mulheres empreendedoras, me senti mais segura e amparada para lidar com os desafios e adversidades que surgem no mundo dos negócios”, declara. 

Para ela, a experiência no Programa a  transformou em uma verdadeira empreendedora. “Ao ter acesso a novas informações e habilidades, tive a oportunidade de inovar e crescer no meu negócio, superando desafios e enfrentando situações difíceis, me tornando uma verdadeira empreendedora. Além disso, ao compartilhar minhas experiências e ouvir as histórias de outras mulheres empreendedoras, me tornei mais consciente e engajada na luta por uma sociedade mais igualitária e justa. Participar do Programa foi um marco em minha trajetória empreendedora, pois me proporcionou uma série de benefícios que continuam impactando meu negócio positivamente até hoje”, completa.

SC está acima da média em maior escolaridade 

O estado apresenta um número significativamente maior de escolarização quando se trata de mulheres donas de negócios. 32% das empreendedoras do estado possuem nível superior. Quatro pontos acima da média nacional que é de 28%. 

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