Startup catarinense usa satélite, drone e inteligência artificial para monitorar cidades e meio ambiente

Florianópolis, 05.08.2021

Imagens de satélite, voos de drone e algoritmo com inteligência artificial. Essas são as ferramentas do Sistema Monitora, da startup catarinense Horus Aeronaves, desenvolvido para prefeituras, órgãos públicos ou outras organizações que precisem fazer a gestão ambiental e urbanística de grandes áreas. Em Florianópolis, onde já é utilizado, o sistema constata cerca de 250 pontos críticos por mês – locais com possíveis obras irregulares ou desmatamento. O projeto tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) por meio do Tecnova II SC. Ao todo, o programa destinou mais de R$ 7,5 milhões para contemplar 28 empresas em todo o Estado.

“O Monitora visa a ajudar prefeituras e instituições que precisem fazer monitoramentos de grandes áreas de uma forma mais inteligente possível”, explicou o CEO da Horus, Fabrício Hertz. “Surgiu em um momento onde estávamos olhando para as dificuldades de analisar grandes áreas de território, sejam florestais, sejam urbanas. O objetivo é analisar e ter informação em tempo hábil, com relevância, para conseguir monitorar.”

Florianópolis é um exemplo do desafio de fazer a gestão ambiental e urbanística. Possui 438,5 km² (sem contar as baías Norte e Sul) e diversos locais de difícil acesso. “Esse sistema é uma maneira de as entidades e os órgãos públicos olharem para os grandes territórios e não dependerem exclusivamente de denúncias”, disse Hertz. “Hoje, se alguém começou a desmatar uma área de difícil acesso, onde ninguém passa perto, dificilmente terá uma denúncia. Mas nosso sistema, que usa satélite e drone, muito possivelmente vai detectar isso e vai dar a capacidade de o poder público entender o que está acontecendo e que medida será tomada.”

O projeto teve início em agosto de 2019, na capital catarinense. Todo mês, uma imagem de satélite é produzida e comparada com a anterior. Então, um algoritmo que usa inteligência artificial detecta possíveis pontos de irregularidades. Em alguns deles, os dados do município mostram que há autorização para alterações no local. “Se não tem, vai para a próxima fase: uma equipe vai até o local e o drone faz a imagem. Com isso, o agente municipal consegue averiguar sem sombra de dúvidas o que está acontecendo. É possível verificar também se um desmatamento está em área de preservação permanente (APP) ou dentro de um parque ou uma reserva, analisar se casa com o plano diretor”, explicou Hertz.  

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