"Números demonstram as distorções que temos no Pacto Federativo", afirmou Aguiar (e). Foto: Filipe Scotti.

Santa Catarina arrecada para o orçamento da União 47 vezes mais recursos que sua demanda anual por investimentos federais em infraestrutura. Em 2020, o Estado enviou a Brasília R$ 69,8 bilhões de reais em impostos. Apesar disso, os investimentos da esfera federal em infraestrutura no estado somaram R$ 471 milhões, enquanto segundo a Agenda Estratégica, editada pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), são necessários 1,47 bilhão por ano.

“Com esse montante apontado no documento, seria possível, em pouco tempo, concluir as obras estratégicas federais do estado, como as BRs 470, 163, 282, acessos aos portos e aeroportos e até avançar com os projetos de ferrovias”, explica o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar.

Aguiar coordenou nesta quarta-feira(17) uma reunião on-line com a Câmara de Transporte e Logística da entidade, o Conselho Estratégico de Infraestrutura de Santa Catarina, o superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) em Santa Catarina, Ronaldo Carioni, e o caminhoneiro autônomo Janderson Maçaneiro, que apresentou a visão do seu segmento a respeito das questões de transporte. Também participaram os senadores catarinenses Dário Berger, Esperidião Amin e Jorginho Mello.

“Esses números demonstram as distorções que temos no Pacto Federativo”, afirmou Aguiar. A percepção da FIESC é que se o governo federal investir no desenvolvimento da infraestrutura de transporte e na logística de Santa Catarina, o estado poderá contribuir ainda mais com a arrecadação nacional de impostos. O volume de recursos que retornou ao estado em 2020 soma R$ 7,4 bilhões, o que representa 10,6% do total arrecadado e inclui outros gastos governamentais, incluindo o custeio da máquina administrativa.

Em sua primeira participação nas reuniões das duas instâncias desde que assumiu a presidência da Comissão de Infraestrutura do Senado Federal, em 24 de fevereiro, o senador Dário Berger afirmou: “O Brasil investe em infraestrutura menos da metade do que é necessário, assim, o país tem uma defasagem de 20 a 40 anos no desenvolvimento do setor, em especial no que diz respeito a rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, energia, saneamento e mobilidade urbana”. Os três parlamentares destacaram a aprovação, por meio da comissão presidida por Berger, de duas emendas ao orçamento da União que destinam recursos a trechos catarinenses das BRs 470 (R$ 123 milhões) e 163 (R$ 100 milhões).

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