Nanotecnologia na produção de defensivos agrícolas orgânicos

Florianópolis, 25.06.2021

A NanoScoping Soluções em Nanotecnologia, startup de Florianópolis, desenvolveu uma linha de defensivos agrícolas de origem natural usando nanocápsulas do tamanho de um vírus. A tecnologia inovadora, que conta com um pedido de patente, recebeu o selo de insumo orgânico e pode ser usada na agricultura orgânica.

A startup tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) por meio do Tecnova II SC. Ao todo, o programa destinou mais de R$ 7,5 milhões para contemplar 28 empresas em todo o Estado. 

A linha Nano Agro é composta de três produtos: Nano Agro Neem (inseticida), Nano Agro Crop (fungicida e bactericida) e Nano Agro Total (fungicida, bactericida e inseticida). Por serem feitos a partir de compostos de origem natural, são biodegradáveis e biocompatíveis e podem ser usados em uma série de culturas agrícolas, como milho, morango, tomate e alface.

A base dos produtos já é utilizada na agricultura orgânica: melaleuca, neem, citronela e orégano. A inovação está no uso da tecnologia: os óleos essenciais são encapsulados em nanopartículas – impossíveis de serem vistas a olho nú. “Com essa tecnologia, conseguimos atribuir funcionalidades aos princípios ativos”, diz Maria Beatriz da Rocha Veleirinho, sócia da startup.

“Por exemplo: conseguimos aumentar a penetração e espalhabilidade dos princípios ativos na planta. Os óleos essenciais também são bastante voláteis e evaporam ao serem aplicados. Quando você consegue colocar uma estrutura em volta dessa molécula, você consegue prendê-la, como se fosse uma célula. Então os óleos ficam mais tempo na superfície de uma folha, tornando-se mais eficazes”, explica Maria Beatriz. 

Testes comprovam a eficiência dos produtos: redução de 47% a 97% no crescimento bacteriano em tomates; redução de 78% a 83% no crescimento fúngico em morangos; redução de 99% a 100% no crescimento bacteriano em pimentões. Outras pesquisas sobre a eficiência continuam sendo realizadas.

A linha foi lançada no final do ano passado. Em fevereiro, após uma criteriosa avaliação, recebeu da Ecocert Brasil, um organismo de inspeção e certificação, o certificado de insumo orgânico para ser usado na agricultura orgânica – para ter este selo é necessário seguir uma série de regras do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

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