A partir do dia 16 de novembro, a Fundação Cultural BADESC, em Florianópolis recebe a exposição Ações Para Desfazer Invisibilidades, da artista Rosa Grizzo. A mostra inédita e que foi selecionada no Edital 2023, completa o calendário anual de exposições. A abertura é gratuita e está marcada para as 19h.
Rosa, que conheceu a Fundação durante um passeio por Florianópolis, conta que essa foi a primeira vez que se inscreveu no Edital. “Achei o espaço carregado de memórias e apropriado para receber meus trabalhos, e confesso que fiquei muito feliz e honrada ao ser selecionada. Sei que é um espaço onde há critérios rigorosos para escolha das exposições, que prima por conceituadas exposições e são poucos os artistas selecionados”, compartilha.
A mostra, que é composta por 23 trabalhos, sendo 21 objetos têxteis, um conjunto de fotografias e de um vídeo, tem curadoria de Marcelo Salles. Rosa destaca que em 2018, depois de uma pausa nas artes, começou a frequentar um grupo de estudos onde o curador atua. “Ele passou a ser um grande incentivador para que eu desse continuidade aos trabalhos. Me apoiou e acreditou na potência, na poética dos meus trabalhos”, destaca.
Ações Para Desfazer Invisibilidades
A artista explica que a exposição trata sobre as memórias e o entendimento do cotidiano das mulheres, cuja identidade e subjetividade foi moldada pela sociedade patriarcal e capitalista através dos tempos. “Penso ser uma reflexão pessoal, mas que pode ser estendida à outras mulheres. Espero que as visitantes sintam a minha solidariedade com tudo aquilo que muitas de nós vivemos no cotidiano e não verbalizamos”, ressalta.
Rosa salienta ainda que os trabalhos buscam também sensibilizar o público masculino. “Espero que os homens que visitarem a exposição possam refletir sobre comportamentos e atitudes para com as mulheres e que isso possa gerar, por menores que sejam, algumas mudanças”, espera a artista.
O projeto de Ações Para Desfazer Invisibilidades é inédito, e, segundo Rosa, está organizado em duas vertentes. Uma, que se refere ao universo feminino e o que ele envolve, como o trabalho doméstico, a invisibilidade e a conscientização da condição feminina. A outra, tem relação com a linguagem utilizada, que pode ser vinculada com a arte têxtil. Neste caso, a artista propõe um diálogo com a pintura, em forma expandida.
“Minha expectativa é que a minha poética, os trabalhos que desenvolvo, possam atrair um bom público para visitação. Espero que os trabalhos levem esse público a refletir (um pouco) sobre o cotidiano e a memória das mulheres que foram moldadas pelo patriarcado”, completa.
A mostra poderá ser visitada até 11 de janeiro de 2024 sempre de segunda a sexta, das 13h às 19h. A Fundação está localizada na Rua Visconde de Ouro Preto, 216, Centro de Florianópolis.
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