Diretor de Comercialização de Energia da ENGIE, Gabriel Mann.

A entrada em vigor do PLD Horário, em janeiro de 2021, representou um importante e necessário avanço no mercado de energia elétrica brasileiro, gerando uma série de mudanças e oportunidades, mas também desafios adicionais para gerenciar o risco de exposições no Mercado de Curto Prazo.

Para auxiliar na mitigação desses riscos de exposição e apoiar a expansão das energias renováveis, a ENGIE desenvolveu um novo produto, o Swap de Modulação para Geradores. Segundo o diretor de Comercialização de Energia da ENGIE, Gabriel Mann, o novo produto confere a segurança de um hedge contra variações de preço horário ao trocar sua curva com perfil de geração por uma curva constante flat. “Uma curva constante constitui um produto padronizado com maior liquidez para negociações no mercado. Além disso, acompanha melhor o perfil de consumo de consumidores industriais, que representam a maior parte do consumo hoje no mercado livre de energia”, explica Gabriel.

O produto funciona da seguinte forma. O gerador define uma curva de modulação desejada (em MWh), distribuída pelas 24 horas do dia. Pode ser definida uma curva de modulação específica para cada mês do ano, conforme perfil de geração do empreendimento. A ENGIE, por sua vez, registra na CCEE em nome do gerador o mesmo volume total, porém distribuído de forma constante ao longo das 24 horas do dia.

Estabelecido por uma cadeia de modelos computacionais, o PLD é o preço utilizado para liquidar a diferença entre recursos e requisitos de cada agente no Mercado de Curto Prazo (MCP). O novo modelo de precificação da energia era uma demanda antiga em busca de preços mais realistas para o mercado, com uma precificação próxima à operação, maior eficiência no planejamento e operação do sistema elétrico e novas oportunidades de negócios. Em suma, é uma mudança estrutural apontada como essencial pelo mercado, visando a modernização do setor elétrico e o desenvolvimento de novos serviços.

No entanto, para algumas empresas geradoras, como aquelas baseadas em fontes eólicas, a comercialização de energia nos ambientes livre e regulado, bem como a liquidação em base horária, representam desafios adicionais para gerenciar o risco de exposições no Mercado de Curto Prazo. “Com a nova forma de precificar a energia, os geradores tendem a ter uma maior volatilidade na liquidação das suas posições no Mercado de Curto Prazo.

O impacto maior deve ser sentido, sobretudo, pelos geradores eólicos, pois estes, muitas vezes, não têm um portfólio diversificado que possibilite gerir o risco do seu perfil de geração ao longo do dia”, comenta o diretor de Estratégia e Regulação da ENGIE Brasil Energia, Marcos Keller.

Expansão do setor de energias renováveis

A solução desenvolvida pela ENGIE foi pensada para atender um mercado em franca expansão no Brasil. As fontes renováveis de energia, incluindo hidráulica, eólica, solar e bioenergia, somam 83% de participação na matriz energética brasileira. O índice brasileiro representa três vezes a média mundial, segundo dados do Ministério de Minas e Energia (MME). Com 695 parques eólicos, o País vem subindo posições no ranking global de produção de energia gerada pelo vento e já ocupa a sétima posição, de acordo com o Conselho Global de Energia Eólica (GWEC). Relatório divulgado pela entidade aponta o Brasil como o esteio do crescimento do setor na América Latina nos próximos anos, respondendo por ao menos 37% da expansão projetada até 2025. 

A ENGIE possui mais de 1.000 MW de capacidade instalada provenientes de fontes eólicas e está dando início à implantação de um novo Complexo Eólico, Santo Agostinho (434 MW), no Rio Grande do Norte.

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