Um estímulo à produção de mel em SC

Florianópolis, 13.07.2022.

Presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo (Foto: divulgação Sistema Faesc/Senar-SC).

A produção do mel e seus derivados é mais uma área na qual se manifesta a excelência do agronegócio catarinense. Santa Catarina, efetivamente, destaca-se na esfera nacional. É o primeiro estado em produtividade, com 68 kg de mel por quilômetro quadrado, enquanto a média nacional é de apenas 4,8 kg. Dedicam-se à produção de mel e derivados 6.824 produtores rurais que cultivam 315.000 colmeias (50.000 dedicadas à polinização de frutíferas e as demais destinadas à produção de mel) e geram um volume que varia de 6.500 a 8.500 toneladas por ano.  

O produto catarinense foi eleito e premiado internacionalmente como o melhor do mundo em cinco concursos sucessivos. Essa condição resulta de fatores como clima, solo, manejo e principalmente, ausência total de resíduos químicos. Desde 2021 o mel barriga-verde tem selo de produto com indicação geográfica (IG) conferido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 

Para otimizar ainda mais essa cadeia produtiva, o Serviço Nacional do Estado de Santa Catarina (SENAR/SC), órgão vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (FAESC),  com o apoio da Federação das Associações de Apicultores e Meliponicultores de Santa Catarina (FAASC) desenvolverá o Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG). O objetivo é fortalecer a indústria apícola barriga-verde, agregando valor à produção dos pequenos e médios estabelecimentos produtores desse extraordinário alimento. Essa assistência técnica de alto nível será oferecida sem custos aos produtores que atuam com as duas categorias de abelhas – a apis melífera (abelhas africanizadas) e as meliponinis (silvestres). 

Os efeitos dessa atividade serão sentidos no desenvolvimento da cadeia apícola e da meliponicultura no Estado. Serão atendidos, inicialmente, 44 pequenos entrepostos (estabelecimentos destinados ao recebimento, classificação e industrialização do mel)divididos em dois grupos: um compreende o oeste, meio oeste e planalto norte e, o outro, atenderá produtores que envasam o mel no leste , incluindo a região do planalto sul, litoral norte, Alto Vale, região da grande Florianópolis, sul do Estado e litoral sul. 

O SENAR/SC contratou dois profissionais para atender cada região – um engenheiro de alimentos e um engenheiro agrônomo. Eles estão cadastrando os produtores para iniciar em breve o trabalho de assistência técnica e gerencial. As atividades incluem uma visita mensal dos técnicos e acompanhamento on-line para esclarecer dúvidas. A comercialização é um dos principais entraves para o apicultor que, geralmente, produz em região distante dos entrepostos de coleta, os quais envasam e entregam aos supermercados. Esse custo é repassado ao consumidor, mas não beneficia o produtor.

A qualificação do processo industrial proporcionará um produto de melhor qualidade ao consumidor com preço mais acessível. A legislação brasileira considera o mel um produto de origem animal e, assim, cumpre normativas semelhantes as do leite, carne e derivados. Os principais custos para os produtores residem no processo de envasar o mel, rotular e distribuir,  o que exige profissionais, instalações, equipamentos, controles, entre outros itens. 

Os técnicos e instrutores priorizarão as unidades de envase de produtos oriundos das abelhas (mel, própolis, pólen, geleia real) e, ao trabalhar somente com esses produtos específicos das abelhas,  os produtores se tornarão especialistas em unidades de processamento de produtos da apicultura. É mais qualidade para um produto que já em a confiança do consumidor e  aprovação do mercado.

Por José Zeferino Pedrozo, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC). 

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