Deputado Moacir Sopelsa durante sessão plenária da Assembleia Legislativa.

A dependência do milho como insumo para atividades rurais de destaque em Santa Catarina, como a avicultura, suinocultura, produção de leite e pecuária de corte foi assunto abordado pelo deputado Moacir Sopelsa nesta quinta-feira, durante participação online no horário do MDB em sessão plenária da Assembleia Legislativa. Ele defendeu a necessidade de investimentos na infraestrutura de transporte, especialmente numa malha ferroviária que permita reduzir custo do transporte de grãos necessários para abastecer a cadeia da agroindústria.

Sopelsa acompanha dados sobre prejuízos recentes nas lavouras de milho, primeiro com a seca no período da primeira safra, depois com a praga da cigarrinha que atingiu as lavouras do plantio tardio. As estimativas de prejuízos ainda não foram divulgadas pela Epagri, mas o deputado acredita  que devam superar 20% de perdas em relação aos últimos anos. “Em 2019, início de 2020, colhemos cerca de três milhões de toneladas de milho em grão para rações e aproximadamente dois milhões de toneladas para silagem. Agora, tudo indica que Santa Catarina não conseguiu 2,5 milhões de toneladas para grão, e cerca de 1,5 milhão de toneladas para silagem”.

Essa situação aumenta a dependência de compras fora das fronteiras estaduais. A produção vinda do Paraguai tem custo elevado de frete rodoviário. O excedente do Paraná sofre com a concorrência de importadores. O milho do centro-oeste do país também é caro. “Já nos socorremos, em alguns anos, até com milho comprado dos Estados Unidos, e aí também dependemos de portos e de frete rodoviário”. Por isso, diz ele, é necessário investimento urgente em melhoria da malha ferroviária. “Só Santa Catarina e Rio Grande do Sul permanecem com ferrovias com mais de 80 anos”, ele lamenta.

“Se nada for feito, não tenho dúvida que nossa economia agrícola vai perder posição de destaque. Somos primeiro lugar na produção de suínos, segundo na avicultura e quinto na produção de leite, mas precisamos de milho para abastecer essas cadeias produtivas, ou elas vão reduzir”, alertou Sopelsa.“Ferrovias e investimentos em infraestrutura para baratear o preço do grão precisa ser a nossa prioridade. A prioridade das prioridades”.

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