A mudança da atmosfera no interior das embalagens é uma das formas de ampliar a vida útil de produtos alimentícios, diminuindo a necessidade de conservantes e preservando a qualidade. Embora já consolidada no mercado, esta tecnologia começa a se disseminar para empresas de menor porte graças a fatores como a diminuição dos custos associados.
Para apoiar o setor a adotar este recurso, o Instituto SENAI de Tecnologia em Alimentos e Bebidas, sediado em Chapecó, presta serviços de consultoria e ensaios às indústrias interessadas. O tema foi apresentado pela pesquisadora e consultora Katia Joana Verdi Perin na Câmara da Indústria de Panificação e Confeitaria da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), na sexta (18).
Tecnologia cada vez mais acessível
“Ainda há um estigma da parte das pequenas empresas de que seja uma tecnologia extremamente cara e acessível apenas às grandes organizações”, disse Katia. “Mesmo assim, aos poucos esta percepção vai se transformando, o que ajuda inclusive as indústrias de pequeno porte a aumentar sua competitividade”, completa.
O principal ganho de produtividade é o aumento da vida útil – o prazo de validade – dos alimentos. Na prática, a atmosfera do interior das embalagem é substituída por outros gases ou uma composição deles, mais comumente o nitrogênio e o dióxido de carbono. Esta mudança de atmosfera, com a completa vedação da embalagem, evita o desenvolvimento de fungos e bactérias que podem deteriorar o produto. “Evidentemente, a nova composição não é nociva à saúde do consumidor”.
“O segredo é compreender qual é a melhor composição de gases para cada produto, considerando sua formulação, pH, atividade de água, e a própria embalagem”, afirma a pesquisadora. Esta especificação é feita pelo Instituto SENAI, por meio das consultorias e ensaios.