A cultura catarinense voltou a contar com o Teatro Álvaro de Carvalho (TAC), no Centro de Florianópolis. O local foi entregue nesta sexta-feira, 14, pelo governador Jorginho Mello depois de uma reforma completa que recebeu R$ 5 milhões em investimentos. O primeiro espetáculo do novo espaço foi encenado pela Focus Cia. De Dança, que apresentou As Canções que você dançou pra mim, a um grupo restrito de convidados. A partir deste sábado, 15, o público poderá conferir a peça, mediante a retirada de ingressos gratuitos pelo site Disk Ingressos.
“Tenho muito prazer e alegria de estar aqui essa noite. Este Teatro é histórico, tem 150 anos. Fizemos a maior obra de recuperação dessa sua história centenária para ele continuar triunfando aqui nesse palco, desfilando talentos, revelações, cultura, aquilo que todos nós merecemos”, completou o governador Jorginho Mello.

A obra
Esta foi a maior intervenção já realizada no TAC. O Governo do Estado investiu aproximadamente R$ 5 milhões. Ao longo do último ano, o Teatro passou por reforma elétrica (troca de fiação e da estrutura, instalação de subestação externa); substituição das poltronas; pintura interna e externa; recuperação do pavimento de madeira; troca da vestimenta cênica (cortinas, passadeiras e carpete); modernização dos sistemas de som, de iluminação e de climatização; instalação de painéis de led; reforma do telhado; entre outras melhorias.
Além disso, os vitrais históricos do TAC foram restaurados, bem como lustres e outras peças antigas.

Sobre o Teatro Álvaro de Carvalho
O Teatro Álvaro de Carvalho teve sua pedra fundamental lançada em 29 de julho de 1857, mas a inauguração oficial só ocorreu em 7 de setembro de 1875. Mesmo antes disso, entre 1871 e 1872, o Teatro já era utilizado e tinha o nome de Santa Isabel – em homenagem à Princesa Isabel. A partir de 1894, o prédio foi batizado com o nome de Álvaro de Carvalho, tenente e comandante da Marinha Brasileira, considerado o primeiro dramaturgo catarinense. Álvaro de Carvalho foi uma personalidade relevante do cenário cultural, falecendo aos 36 anos em Buenos Aires. É patrono da Cadeira nº1 da Academia Catarinense de Letras, criada em sua homenagem.
O TAC teve, ao longo do tempo, diversos usos. Em outubro de 1893, o prédio foi designado como quartel da Guarda Nacional, opositora ao governo provisório da nova República do Brasil. Mais tarde, com a retomada do poder pelo Exército, muitos presos políticos do General Moreira Cesar foram levados e detidos no prédio.
O espaço foi, também, o lugar da primeira exibição de cinema em Florianópolis e, nos anos 1920 e 1930, o Teatro virou Cine Odeon e Royal.
Mágicos, ventríloquos, ilusionistas e telepatas também subiram ao palco do TAC em bailes oferecidos por governantes. Também ocorreram festas de aniversário e bailes de debutantes. Como houve tempos em que não havia cadeiras fixas, seu amplo salão era ideal para esses eventos. Reuniões políticas, leitura de manifestos, festivais beneficentes e até visitas de presidentes ocuparam o espaço.
Muito tempo se passou e, desde a década de 1970, o TAC é palco de espetáculos artísticos e culturais que celebram o melhor da produção catarinense. Atualmente, o espaço é administrado pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC), órgão do Governo do Estado.